Um ex-professor de atletismo da Northeastern University declarou-se culpado nesta terça-feira de acusações relacionadas a um esquema para roubar fotos de nudez dos celulares de mulheres atletas e ludibriar jovens da universidade e de outros lugares para que enviassem esse tipo de imagem.
Steve Waithe, de 30 anos, declarou-se culpado no tribunal federal de Boston das acusações de fraude eletrônica e stalking cibernético relacionadas a uma operação para enganar dezenas de jovens mulheres em todo o país para que lhe enviassem fotos comprometedoras.
O assistente da promotoria federal, Adam Deitch, disse no tribunal que pelo menos 50 mulheres foram vítimas do esquema de Waithe. Afirmou que planeja buscar mais do que três anos e 10 meses de prisão para Waithe.
Waithe trabalhou na Northeastern entre outubro de 2018 e fevereiro de 2019, quando foi demitido pela universidade. Antes, havia treinado na Universidade de Penn State, no Instituto de Tecnologia de Illinois, na Universidade do Tennessee e na Universidade Concordia de Chicago.
Promotores afirmaram que quando estava na Northeastern, Waithe perguntou a atletas mulheres se poderia usar seus celulares para filmá-las durante os treinos e competições. Secretamente, ele procurava fotos das mulheres e as enviava para si mesmo.
Após deixar a Northeastern, Waithe entrou em contato com seis atletas usando contas de Instagram com nomes como "privacyprotector" (protetor de privacidade) dizendo que havia encontrado fotos comprometedoras delas na internet e queria "ajudar" a removê-las, disseram os promotores.
Os promotores afirmam que Waithe enviava fotos nuas ou seminuas às mulheres que ele havia roubado e pedia que elas enviassem outras para que ele conduzisse uma "busca reversa de imagens".
Nenhuma enviou fotos, disse Deitch. Mas, com a ajuda de um hacker, Waithe roubou fotos nuas de uma das atletas da Northeastern que estava armazenada em sua conta do Snapchat e a perseguiu no ambiente eletrônico, afirmou Deitch.
Sob nomes falsos, Waithe também enviou e-mails a mulheres em vários Estados norte-americanos para um falso estudo de "desenvolvimento de corpos" e pediu fotos delas em "uniforme ou maiô, mostrando o máximo de pele possível", disseram promotores.
Embora algumas tenham ignorado os e-mails, pelo menos 17 mulheres responderam e enviaram 350 fotos nuas ou seminuas, segundo o processo.
Muitas das vítimas planejam comparecer à audiência em que a juíza distrital Patti Saris deve sentenciar Waith, em 6 de março.
A advogada de defesa, Jane Peachy, estimou que seu cliente merece apenas dois anos e três meses, de acordo com diretrizes federais de sentença. Acusado pela primeira vez em 2021, Waithe receberia crédito pelos 14 meses que já passou sob custódia.