Família de advogada de Poze do Rodo acusa médica de ignorar exames de sangue: "Nada de mais"
Silvia de Oliveira Martins, de 40 anos, morreu no domingo, 17, após complicações de uma lipo HD; Cremerj abriu sindicância sobre o caso
Familiares da advogada de MC Poze do Rodo, Silvia de Oliveira Martins, de 40 anos, que morreu no domingo, 17, após complicações de um lipoaspiração, acusam a cirurgiã responsável pelo procedimento Geysa Leal Corrêa de ter ignorado o resultado de um exame de sangue feito antes do procedimento.
Aadvogada apresentava altas taxas VHS e PCR, que podem indicar uma inflamação ativa no organismo. Segundo o Extra, Silvia chegou a confrontar a médica sobre os resultados, mas foi tranquilizada e informada de que não seria "nada de mais"
"As alterações no exame de sangue mostravam que ela tinha taxas altas de VHS e PCR, ou seja, um quadro inflamatório. Poderia ser até consequência de um resfriado ou gripe, mas já era suficiente para a médica vetar a cirurgia. Silvia falou com ela, mas recebeu um "não é nada de mais" como resposta. Confiamos que a lipo realmente não apresentava perigo", contou a cuhada de Silvia, Adriana Macena, que é enfermeira.
Cirurgia e morte
A cirurgia foi realizada na madrugada de sábado. Naquele mesmo dia, a advogada recebeu alta e voltou para casa. Logo que chegou em casa, ela começou a sentir dores e ligou para a Adriana.
"Silvia teve alta no mesmo dia da cirurgia. Quando estava em casa, me ligou avisando sentir falta de ar e muita dor no peito. Eu falei para ela correr para o hospital. Ela foi para o CTI e diagnosticada com embolia pulmonar bilateral. Ali eu sabia que tinha perdido a Silvia", explicu Adriana.
Silvia morreu no domingo, 17, após complicações em uma lipo HD realizada na clínica da médica Geysa Leal Corrêa, na Zona Sul do Rio. O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) abriu sindicância para apurar a morte da advogada.
Morte de outra paciente
A médica Geysa Leal Corrêa foi denunciada pelo Ministério Público do Rio (MP-RJ), em 2021, pela morte de uma paciente, que teve complicações após uma hidrolipo, lipoaspiração com enxertia. Em junho, a desembargadora Suimei Meira Cavalieri, da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, decidiu pela condenação da médica por crime culposo, quando não há intenção de matar, aplicando restrição de direitos como pena.
"Considerando a primariedade do réu, o qual conta com todas as circunstâncias judiciais favoráveis, e, ainda, a pena inferior a 4 anos por crime cometido sem violência ou grave ameaça em concurso com crime culposo, impõe-se o benefício da substituição da pena privativa de liberdade por restrita de direitos", diz parte do acórdão.